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Espelho *


'Olhei para o espelho. Senti o bater do meu coração. Vi as lágrimas q caíam dos meus olhos a derramarem'se no meu corpo. Caía uma atrás da outra. As lágrimas desciam pelo meu rosto. E eu sentia a frieza do meu corpo. Sentia aquela angustia, sentia aquele medo. As lágrimas não paravam, descia uma atrás da outra, subitamente. Olhava para os meus lábios e estavam roxos, com frio. A minha cara estava pálida. O meu corpo estava sem forças, frio e muito fraco. Tentava levantar'me, e sair daquela cadeira em frente ao espelho. Mas a tristeza era maior q a vontade de me querer levantar e mudar a minha vida. Procurava um sorriso. Procurava um texto com felicidade. Estava tudo contra mim. Encontrava tudo menos felicidade. Encontrava fotografias velhas e antigas, a preto e branco, dos tempos de guerra e tristeza. Encontrava livros e textos tristes, de mentes fechadas e de vidas complicadas. Lembrava'me de olhar para a rua. Olhava lá para fora por uma pequena abertura nos estores. Lá fora estava frio. chovia. Não havia ninguém na rua. O céu, cinzento e carregado de chuva tapava o sol. Passavam'se horas, e eu ali, fechada naquele quarto. Voltava a sentar'me na cadeira em frente ao espelho. As lágrimas continuavam a cair. Os meus olhos estavam vermelhos e magoados de tanto chorar. A minha alma estava vazia. Ninguém me ouvia. Passavam'se dias e dias. Eu estava completamente pálida, sem reacção. Quase não me mexia. Até ao dia em q ouvi uma voz dentro de mim q me disse "Levanta'te, ergue a cabeça e segue em frente". Nesse dia, levantei'me. Abri os estores. Estava de noite. Procurei e encontrei uma estrela. Era brilhante. Bastante cintilante. Olhei para ela e senti energia, senti força e coragem para seguir em frente. (...)

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